Em postagens anteriores, falei sobre a Sustentabilidade Humana, como uma forma de perceber o ser humano de modo integral. Além de perceber o ser humano, chamo a atenção para a necessidade de proporcionar seu desenvolvimento e uma integração verdadeira com o seu entorno. Afinal, se em tudo discordarmos, em uma coisa falaremos a mesma língua: felicidade. Isso porque todos buscamos a felicidade, mesmo que com outras nomenclaturas.
O caminho mais eficaz para a obtenção dessa almejada felicidade talvez (ou seguramente) resida no abandono das ilusões. E ilusões são todas as compreensões errôneas que temos mundo, das coisas, de nós mesmos e dos outros seres. São os sentimentos desordenados, as posturas não éticas, as relações não compassivas, a valorização da aparência em detrimento da essência das coisas e pessoas, entre tantas outras formas de nos afastarmos do nosso maior propósito de vida, que é a felicidade.
Entramos em sincronia com nossa razão de existir quando nos conectamos com nossa essência e com a essência do universo. Daí a necessidade de pensar e enxergar o homem como parte integrante e fundamental dessa grande engrenagem manifestada no conceito tão mal trabalhado de natureza.
Diversas correntes teóricas, ao longo do tempo, criaram conceitos de natureza, meio ambiente e sustentabilidade. Um após o outro, sempre que algum deles não conseguia mais traduzir a realidade. No entanto, todos esses conceitos apresentavam o homem como elemento que, inicialmente, dominava a natureza; num momento posterior, protegia o meio ambiente e mais tarde, se preocuparia em promover seu desenvolvimento de forma sustentável.
Todas essas correntes, no entanto, punham o homem como algo destacado , separado do restante. A Sustentabilidade Humana propõe a percepção da interdependência entre homem e tudo mais. E propõe a ação do homem sobre si mesmo para promover a sustentabilidade de fato. Para tanto, e para tornar didático o pensamento, dividem-se todas as interações do desse homem em quatro dimensões: física, mental/espiritual, social e ambiental.
Dimensão Física
Aqui se manisfesta o conjunto de características de ordem biológica, fisiológica e que envolvem as necessidades básicas, saúde e segurança, por exemplo.
Vale destacar que estamos cada vez mais negligentes com nossa parte física. Com as facilidades promovidas pela tecnologia, estamos cada vez mais parados. Com o desenvolvimentos de novos produtos químicos estamos cada vez mais contaminados por corantes, conservantes, emulsificantes e tantos outros aditivos alimentícios. Com a correria do dia a dia, estamos cada vez mais cansados.
Outro dia, num programa de televisão, ouvi uma atriz dizer que tinha a sensação de estar sempre acordando, tamanha a necessidade de tempo pra fazer tantas coisas ao mesmo tempo. Certamente, pessoas com esse ritmo de vida, não têm tempo para se sentar à mesa e ter uma refeição equilibrada, tampouco têm tempo para "perder" numa consulta de rotina, ou num check up anual de suas condições clínicas.
Temos ignorado as recomendações para a prática regular de exercícios e para desenvolver hábitos de alimentação saudáveis, sem falar do abuso do álcool, tabaco e outras drogas.
Talvez o grande problema seja a falta de consciência ou a arrogância em ignorar que nossas dimensões humanas interferem umas nas outras. Os aspectos físicos atuam em conjunto com as questões mentais, ambientais e sociais, produzindo e potencializando circunstâncias uns nos outros.
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