domingo, 29 de novembro de 2015

A dimensão Mental/Espiritual da Sustentabilidade Humana (parte II)

Na postagem anterior, mencionei meu treinamento no Zenkoji (Templo da Luz do Zen). Meu primeiro contato com o lugar foi em 2008, quando fui apresentado ao abade do mosteiro, para trabalhar nos diversos programas de Educação em Sustentabilidade, Qualidade de Vida e Desenvolvimento Humano realizados pela instituição há mais de vinte anos.

Num primeiro momento, achei que havia uma certa estupidez na "concretude" do Zen. O fato de não ter minhas perguntas satisfatoriamente respondidas me incomodava. E parecia que, por mais que me dedicasse, nunca era suficiente.

Após algum tempo, comecei a perceber que a falta de respostas filosoficamente estruturadas era estimulante, um motivo para aguçar a percepção em relação a tudo no entorno, um convite a experienciar, sentir na pele, vivenciar e então fazer associações com tudo mais.

Percebi que  repetir algumas coisas simples como colocar os calçados arrumadíssimos com as pontas voltadas para fora toda vez que fosse entrar em algum ambiente, era uma forma de praticar o "estar ali", o "aqui agora". Não era simplesmente largar os calçados, mas mostrar que havia uma intenção, uma prática de atenção.

Após sete anos, é mais fácil perceber que cada estrutura, cada templo, cada objeto ou equipamento do mosteiro serve para uma mesma finalidade: a atenção plena. Todo treinamento realizado no Zenkoji (este ano iniciei uma espécie de coaching zen) tem por objetivo ajudar as pessoas a se tornarem seres humanos melhores. E com o fortalecimento de nossa "musculatura" mental temos a possibilidade de nos tornarmos mais fortes em nossa fé, seja ela qual for, mais firmes na questão da ética, dos valores e responsabilidades, mais focados e prontos para superar os desafios, sem parar nas primeiras barreiras que se apresentarem em nossos caminhos.

Atualmente, muito tem se falado em cuidados com o corpo. Estamos entrando na era da mente. Cada vez mais ouviremos falar da necessidade do fortalecimento dessa entidade de incalculável potencial.

Algumas pessoas já nascem com uma mente forte, concentrada, capaz de solucionar problemas e realizar os mais diversos feitos gastando pouca energia. A maioria de nós, muitas vezes se desgastam muito para realizar algumas atividades ou obtêm resultados medíocres porque estão dispersos, distantes, ausentes de si mesmos. Sem conseguir se perceber, desconectam-se mais e mais do todo, não percebem a beleza da interdependência entre todos os seres e tornam-se joguetes da impermanência, uma vez que acreditam que tudo é exclusivamente da forma equivocada como conseguem enxergar. E percebendo as coisas não como são, mas envolvidas em ilusões, as pessoas sofrem.

A prática da atenção plena, ou mindfulness, como tem se ouvido dizer atualmente, nos possibilita ver as coisas como são. Nos possibilita ver as coisas que sempre estiveram "escondidas" diante de nossos olhos. Nos possibilita redescobrir o óbvio e a magia que existe nele.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

A Dimensão Mental/Espiritual da Sustentabilidade Humana (parte I)

Pensar em Sustentabilidade Humana é um exercício de perceber a relação "eu e o outro". Na postagem anterior, o assunto foi a Dimensão Física, tratando sobre o que diz respeito às nossas necessidades básicas, de atenção com o corpo, a saúde, a segurança e coisas do tipo. Por sua vez, a Dimensão mental/espiritual envolve aspectos neurológicos e espirituais como saúde mental, fé, concentração, foco, atenção plena.

Em busca do sucesso e da prosperidade as pessoas se matam, umas às outras, e matam-se, a si mesmas. Entregam-se a períodos de trabalho sempre maiores, deixando de lado pequenos prazeres. 

Caminhar num parque, dar uma volta pela praia, ir à igreja ou simplesmente fazer uma oração em casa, fazem um bem enorme para nossas cabeças cada vez mais ocupadas com questões do mundo pós-moderno. Esse mundo tão veloz, que nos bombardeia com um número cada vez maior de informações, põe nosso cérebro em parafuso e nossa espiritualidade em segundo plano. E com menos tempo para nós mesmos, ficamos menos conscientes do que somos, menos percebedores de nossas fragilidades e de nossas potencialidades.

Para equilibrar nossa imagem com nossa identidade, talvez essa seja a dimensão humana que mais precise ser levada em consideração. Ora, aquilo que você tem certeza de que é o seu cerne é o que vai garantir que tudo o mais se organize, permitindo o alinhamento das demais dimensões humanas. Por isso a importância da fé em algo. E se essa fé encontra amparo em alguma religião ou prática espiritual, recomendo que você se dedique a ela.

Para aqueles que depositam sua fé em alguma coisa e até para aqueles que não têm fé em coisa alguma, a meditação pode oferecer instrumentos para o  despertar de uma mente de prontidão e também para o autoconhecimento. 

Em meus estudos vivenciais na prática zen budista, pude entender que, diferentemente do que se apregoa por aí, o Zen não traduz aquele suposto sentimento de paz inerte e lesada. O Zen não é uma sonseira, uma letargia quase mortal.

Às vezes ouço a expressão "estou zen" e acho até engraçado. Confesso que eu mesmo já usei essa frase para descrever alguma sensação de tranquilidade e calma. Mas Zen pressupõe prontidão, mente desperta. Nisso a meditação zen, ou zazen, ou ainda Não-Ação - termo que passou a ser utilizado há pouco tempo pelo abade do Zenkoji, o primeiro mosteiro da América Latina, que fica no Brasil, em Ibiraçu-ES - pode ajudar.

A não-ação, nada mais é do que sentar e respirar. Também não é necessário fazer nenhuma recitação de mantras ou sutras, nem fazer som algum. Os pensamentos virão. Não faça julgamentos nem continue fazendo desdobramentos de tais pensamentos. Percebeu que está pensando em algo, concentre-se na respiração. Poucos minutos por dia já ajudam a fortalecer nossa "musculatura" mental.

Em breve, falarei mais sobre meu treinamento no Zenkoji e sobre a prática da não-ação.


Também disponível na página Praxi, no Facebook.


segunda-feira, 27 de julho de 2015

A Dimensão Física da Sustentabilidade Humana

Em postagens anteriores, falei sobre a Sustentabilidade Humana, como uma forma de perceber o ser humano de modo integral. Além de perceber o ser humano, chamo a atenção para a necessidade de proporcionar seu desenvolvimento e uma integração verdadeira com o seu entorno. Afinal, se em tudo discordarmos, em uma coisa falaremos a mesma língua: felicidade. Isso porque todos buscamos a felicidade, mesmo que com outras nomenclaturas.

O caminho mais eficaz para a obtenção dessa almejada felicidade talvez (ou seguramente) resida no abandono das ilusões. E ilusões são todas as compreensões errôneas que temos mundo, das coisas, de nós mesmos e dos outros seres. São os sentimentos desordenados, as posturas não éticas, as relações não compassivas, a valorização da aparência em detrimento da essência das coisas e pessoas, entre tantas outras formas de nos afastarmos do nosso maior propósito de vida, que é a felicidade.

Entramos em sincronia com nossa razão de existir quando nos conectamos com nossa essência e com a essência do universo. Daí a necessidade de pensar  e enxergar o homem como parte integrante e fundamental dessa grande engrenagem manifestada no conceito tão mal trabalhado de natureza. 

Diversas correntes teóricas, ao longo do tempo, criaram conceitos de natureza, meio ambiente e sustentabilidade. Um após o outro, sempre que algum deles não conseguia mais traduzir a realidade. No entanto, todos esses conceitos apresentavam o homem como elemento que, inicialmente, dominava a natureza; num momento posterior, protegia o meio ambiente e mais tarde, se preocuparia em promover seu desenvolvimento de forma sustentável.

Todas essas correntes, no entanto, punham o homem como algo destacado , separado do restante. A Sustentabilidade Humana propõe a percepção da interdependência entre homem e tudo mais. E propõe a ação do homem sobre si mesmo para promover a sustentabilidade de fato. Para tanto, e para tornar didático o pensamento, dividem-se todas as interações do desse homem em quatro dimensões: física, mental/espiritual, social e ambiental.



Dimensão Física

Aqui se manisfesta o conjunto de características de ordem biológica, fisiológica e que envolvem as necessidades básicas, saúde e segurança, por exemplo.


Vale destacar que estamos cada vez mais negligentes com nossa parte física. Com as facilidades promovidas pela tecnologia, estamos cada vez mais parados. Com o desenvolvimentos de novos produtos químicos estamos cada vez mais contaminados por corantes, conservantes, emulsificantes e tantos outros aditivos alimentícios. Com a correria do dia a dia, estamos cada vez mais cansados. 

Outro dia, num programa de televisão, ouvi uma atriz dizer que tinha a sensação de estar sempre acordando, tamanha a necessidade de tempo pra fazer tantas coisas ao mesmo tempo. Certamente, pessoas com esse ritmo de vida, não têm tempo para se sentar à mesa e ter uma refeição equilibrada, tampouco têm tempo para "perder" numa consulta de rotina, ou num check up anual de suas condições clínicas.

Temos ignorado as recomendações para a prática regular de exercícios e para desenvolver hábitos de alimentação saudáveis, sem falar do abuso do álcool, tabaco e outras drogas.

Talvez o grande problema seja a falta de consciência ou a arrogância em ignorar que nossas dimensões humanas interferem umas nas outras. Os aspectos físicos atuam em conjunto com as questões mentais, ambientais e sociais, produzindo e potencializando circunstâncias uns nos outros.

DIVULGAÇÃO: Vivência no Mosteiro Zen


DROP # 10/10 - INTERDEPENDÊNCIA

DROP #10 - Como podemos viver melhor com nosso semelhante e aproveitarmos o melhor do mundo?

A resposta seria uma das sentenças do DROP anterior: estar uno com toda as coisas. Parece uma coisa absurda, metafísica, impossível. Mas não é. Passa pela compreensão da INTERDEPENDÊNCIA. Ou seja, compreender que tudo está ligado e que uma coisa depende direta ou indiretamente de outra, ou de todas as outras, para existir.

Veja bem. Tudo que existe hoje sempre existiu e, possivelmente, sempre vá existir. De formas diferentes, mas o mesmo conteúdo. Isso porque todos os elementos que existiam na criação do nosso planeta, continuam existindo. Em nível molecular, a única coisa diferente entre nós, as pedras ou as plantas, é a forma como nossas moléculas são organizadas. No mais, tudo é feito das mesmas coisas. Isso quer dizer que tudo que conhecemos veio de um mesmo ponto. A nossa natureza original é a mesma. E tudo tende a seguir para o mesmo ponto. Para a felicidade, para a salvação, para o bem, para a iluminação, para sei lá mais o quê...

Em resumo, somos um com o todo. Ao criarmos motivos para a separação, nos deparamos com as intolerâncias. Cada um quer saber apenas de si, de sua família, de seu time de futebol, de sua religião, de sua classe social. Com isso, perdemos valores fundamentais para a criação de um ambiente em que seja possível desenvolver nossos potenciais. Minamos nossas relações e deixamos de lado a generosidade, a gratidão, a gentileza, o respeito, o altruísmo.

Não estamos falando de fazer votos de pobreza, subserviência, obediência cega, nem de se anular e se apagar como indivíduo.Mas de se perceber como indivíduo que pertence a um conjunto mais amplo, fazendo parte uma grande engrenagem.

Em níveis menores do que o imenso universo, podemos pensar em nossa família, nosso trabalho, nossa comunidade. E podemos levar essa compreensão da interdependência para todas as áreas da nossa vida. É possível cuidar da carreira profissional, da vida financeira e das relações sociais mantendo o respeito por si mesmo e pelo outro, e até ajudando o outro a crescer enquanto você também cresce.

Continue conosco. Vamos continuar falando sobre desenvolvimento humano, sucesso e prosperidade.

Também disponível na página Praxi, no Facebook.

DROP #9/10 - CONHECER A SI MESMO

DROP #9 - Disse o mestre Dogen Zenji (séc. XIII), no Japão:

"Estudar o Zen
É conhecer a si mesmo.
Conhecer a si mesmo
É esquecer de si mesmo.
Esquecer de si mesmo
É estar uno com todas as coisas."


Todas as religiões têm muito a oferecer, sobretudo no que diz respeito à fé. E mesmo aqueles autodeclarados agnósticos ou ateus, certamente nutrem dentro de si algum nível de esperança em alcançarem a felicidade ou a satisfação plena em suas vidas. Essa felicidade ou satisfação também poderia ser aquela famosa sensação de dever cumprido.

Especificamente no Budismo e, mais especificamente ainda, no Zen pode-se observar a manifestação da praticidade: Está sujo? Limpe. É hora de trabalhar? Trabalhe. É hora de se divertir? Divirta-se.

Diferentemente da banalização ocidental de Zen, que sugere uma certa letargia (quem nunca ouviu a expressão "estou zen", para referir-se a um estado de tranquilidade, ou leveza, moleza, sonseira?), essa linhagem budista chama à prontidão. E, estar pronto para fazer o que precisa ser feito, exige de nós uma postura firme e decidida.

Conhecer a si mesmo é, óbvio como parece, autoconhecimento. Isso proporciona a compreensão do que somos e de como agimos e nos permite desapegar das ilusões, como aquelas comentadas no DROP anterior. Nos permite desapegar não apenas das coisas materiais fúteis, mas também das características mesquinhas, vícios e hábitos nocivos que todos temos em alguma medida. Daí o esquecer de si mesmo, que nada mais é do que o desapego do ego. E deixando de ser egoístas nos tornamos unos com todas as coisas. Convivemos melhor com nosso semelhante e aproveitamos melhor do mundo.

Também disponível na página Praxi, no Facebook.

DROP #8/10 - QUEM SOMOS E COMO AGIMOS

DROP #8 - No drop anterior: quando estamos "ausentes" nem percebemos quem somos nem percebemos como agimos.

Nos dias de hoje, estamos tão (ciber)presentes que acabamos por nos tornar distantes de nós mesmos. A necessidade de estar conectado o tempo todo e a enxurrada de informação que cai sobre nós faz com que precisemos cada vez mais de tempo disponível para o celular, o computador, o tablet. E, curiosamente, sentimos uma necessidade urgente de sermos requisitados, procurados. Se o celular não toca, se o whatsapp não apita, se a foto postada no Facebook ou Instagram não recebe uma curtida, se ninguém compartilha o que postamos ou se nem mesmo recebemos uma cutucada, é como se nossa existência fosse simplesmente desconsiderada.

Para chamar a atenção alheia e para nos sentirmos inseridos em algum contexto social ou (ciber)social, continuamos a fazer inúmeros esforços: publicamos fotos de um jantar romântico, de uma viagem, do presente de aniversário, do carro novo, da roupa nova. Sempre querendo chamar atenção. Sempre querendo preencher um espaço que parece nunca ser preenchido. De fato, dificilmente será. Talvez nunca seja preenchido. Pelo menos não enquanto buscarmos esse preenchimento da alma em coisas externas.

Se estamos tristes, desmotivados, cansados, irritados ou entediados, não será comprando algo novo que resolveremos esse problema. Porque o celular novo que hoje nos deixa empolgados, em uma semana não será mais novidade. Será preciso um outro brinquedinho para trazer de volta aquela sensação boa. E depois de mais algum tempo, precisaremos de uma outra coisa. E sempre precisaremos de outra, e outra, e outra coisa. Tudo isso porque sabemos pouco sobre nós. Desconhecemos onde estão ou quais são, dentro de nós, os mecanismos da satisfação, da autoestima e da motivação.

Quando conhecemos a nós mesmos, somos capazes de conduzir nosso destino. Somos capazes de entender que nem tudo que se aplica às pessoas com quem convivemos é bom para nossa vida. Porque somos diferentes. E só o autoconhecimento pode proporcionar esse entendimento.

Também disponível na página Praxi, no Facebook.

DROP #7/10 - A ESTRUTURA DO HÁBITO.


DROP #7 - Por que mudar? Conforme foi dito anteriormente, "nossas ações devem fazer bem para nós e não devem trazer problemas para ninguém. Se alguma dessas duas situações não pode ser observada, algo precisa ser feito."

Não estamos sugerindo que você seja aquela pessoa certinha, chatinha, que fica o tempo todo se culpando e corrigindo todo mundo à sua volta. A proposta é que, de fato, você perceba o que não faz bem para você e para aqueles que o cercam. E se pretender mudar alguma coisa, descubra uma boa motivação para isso acontecer. Quando queremos verdadeiramente algo, é mais fácil fazermos certos sacrifícios para alcançarmos nosso objetivo. Ou seja, a mudança tem que ser algo que você queira e que faça sentido para você.

Compreendendo que o hábito tem uma estrutura de DISPARO - COMPORTAMENTO PADRÃO - SATISFAÇÃO, proponho um exercício: pense num hábito seu que você acredite que possa ser trabalhado e tente reconhecer esses três elementos. Pode ser que, de imediato, você não identifique o disparo, ou o comportamento padrão e nem perceba que tenha satisfação. Mas, garanto que com um pouco de observação, você começará a perceber a estrutura dos seus hábitos.

Suponhamos que à noite, quando você fica sozinho, você ataca a geladeira e vai dormir. Talvez isso te faça dormir mal e acordar pior ainda. Por consequência, pode ser que seus dias tenham sido pouco produtivos e pode ser que você ainda tenha ganhado alguns quilos. O que faz mais sentido? Manter essa situação e continuar a ter noites mal dormidas, baixa produtividade e menos roupas que lhe caibam, ou dormir bem, acordar bem disposto e manter o peso e a saúde equilibrados?

Convém lembrar que não é necessário deixar de ser você e tentar se transformar numa outra pessoa de um dia para o outro. É comum uma pequena mudança produzir uma reverberação em várias áreas das nossas vidas. Então, quer mudar? Vá aos poucos.

Qual é o disparo do seu hábito? No nosso exemplo era ficar sozinho à noite. Isso quase sempre faz as pessoas irem dormir tarde. Mude o disparo. Durma mais cedo. Não consegue? Mude o comportamento padrão. Não coma aquele bolo de chocolate, com recheio de chocolate e cobertura de chocolate. Coma algo mais leve e saudável. Sim, o chocolate é um alimento conhecido por estimular a produção de serotonina, hormônio que produz aquela sensação de satisfação. Mas também as atividades físicas auxiliam na produção não só na produção da serotonina mas também da endorfina. O que ajuda não só a diminuir o estress, controlar a temperatura corporal e o apetite, mas também melhora a memória, a concentração, o bom humor, entre tantos outros benefícios.

Se você se viu nesse exemplo, já tem motivos para pensar em ajustar um pouco seus hábitos e ter uma vida mais saudável. Se o exemplo não te contemplou, você pode começar a prestar um pouco mais de atenção em si mesmo. Quando estamos "ausentes" nem percebemos quem somos nem percebemos como agimos. Mas isso é papo para o próximo DROP.

Também disponível na página Praxi, no Facebook.

DROP #6/10 - HÁBITOS - POR QUE PARECE TÃO DIFÍCIL MUDÁ-LOS?

DROP #6 - HÁBITOS. Por que parece tão difícil mudá-los? Segundo a neurociência, para executar uma ação nova, utilizamos determinadas áreas do cérebro. Quando essas ações passam a se repetir, o cérebro "aprende" sua execução e passa a utilizar outras áreas para coordená-las. É como se liberasse espaço no nosso HD para que mais arquivos novos sejam gravados.

Isso é bom. Imagine se você tivesse que se preocupar em como se faz para levantar e andar, por exemplo. Uma vez aprendida a ação de caminhar, você simplesmente levanta e caminha. Por outro lado, muitas vezes agimos de modo automático. Quando percebemos, já foi. E quando certos comportamentos se tornam tão habituais, as outras pessoas, inclusive, passam a associá-los com sua personalidade.

São comuns as sentenças: Ele, ou ela, é assim; ele, ou ela, sempre faz isso; se não fizesse assim, não seria ele, ou ela... Os outros pensarem assim de nós é o menor dos problemas que podemos ter. Pensarmos assim de nós mesmos é limitante.

Então, se cremos que não podemos ser melhores porque "somos" assim, precisamos entender o conceito de IMPERMANÊNCIA. Senão seremos como a famosa personagem da música Modinha para Gabriela que, em alguns versos traz um verdadeiro mantra da incapacidade de superar limites:

Eu nasci assim, eu cresci assim,
E sou mesmo assim, vou ser sempre assim:
Gabriela, sempre Gabriela!

Se isso acontece com você; se te incomoda, fique sabendo que é possível reajustar seus hábitos. Mas pense, antes de qualquer coisa, que toda mudança precisa fazer sentido para você, pois exige força de vontade. Pense também que nossas ações devem fazer bem para nós e não devem trazer problemas para ninguém. Se alguma dessas duas premissas não pode ser observada, algo precisa ser feito.

Também disponível na página Praxi, no Facebook.

DROP #5/10 - HÁBITOS

DROP #5 - Já percebeu que algumas coisas que fazemos são tão automáticas que às vezes nem percebemos que as estamos fazendo? É porque já se tornaram HÁBITOS. Alguns desses comportamentos "cristalizados" são considerados bênçãos e outros, maldição. O fato é que todos temos hábitos bons e hábitos que podem ou precisam ser ajustados. O bom disso tudo é saber que esse ajuste é possível. A neurociência garante.

Para isso é preciso compreender que um hábito se forma quando uma ação, num determinado contexto, se repete tanto a ponto de ocorrer automaticamente. Daí algumas pessoas dizerem que não sabem por que se comportam de uma tal forma, mesmo não gostando de se comportar daquele jeito. Quando é assim, percebe-se que falta autoconhecimento, atenção e disciplina. Mas isso é assunto para mais adiante...

O hábito tem uma estrutura que podemos comparar com uma prova de atletismo numa pista de corrida: ao ouvir o disparo, o atleta começa a agir de acordo com o seu treinamento, a fim de cruzar a linha de chegada e ser vitorioso. No caso do hábito, também ocorre um DISPARO, algo que põe a pessoa dentro de um contexto. A partir daí, o hábito segue por um caminho de condicionamentos ou COMPORTAMENTOS PADRÃO, proporcionando alguma SATISFAÇÃO.

No próximo DROP: Eu nasci assim, eu cresci assim. Vou ser sempre assim? (Gabriela)

Também disponível na página Praxi, no Facebook

DROP #4/10 - AS INTERFACES DAS DIMENSÕES HUMANAS

DROP #4 - As dimensões humanas são interativas. Seja internamente, em cada pessoa, seja externamente, nos grupamentos dos quais participo, elas não são blocos isolados de comportamentos, ideias ou características. As minhas dimensões humanas dialogam entre si da mesma forma que interagem com as dimensões humanas dos outros. Vez por outra, a forma como interajo com o meio ambiente, por exemplo, pode influenciar uma ou outra pessoa. Igualmente, posso ser influenciado por alguém.

Quando se trata do "EU", perceba que ao mudar um determinado comportamento, isso funciona como um gatilho para a mudança de algum ou alguns outros comportamentos. Exatamente porque está tudo conectado.

Pense na seguinte situação: você percebeu que suas roupas estão um pouco mais justas e resolver vai passar a caminhar todos os dias para perder alguns quilinhos (dimensão física); para isso, você precisa organizar um pouco melhor o seu tempo e talvez decidir, em casa, quem busca as crianças na escola, ou seja, precisa envolver sua família (dimensão social); Você define que o local das caminhadas será um calçadão à beira da praia, um parque ou outro lugar qualquer (dimensão ambiental); a prática da caminhada, como acontece com as atividades físicas de um modo geral, promovem uma sensação de bem estar que te impulsionam a continuar praticando, aumentando sua autoestima (dimensão mental/espiritual) e te trazendo, possivelmente, os resultados esperados na balança.

E como uma coisa puxa outra, em algum tempo, outros comportamentos, ou HÁBITOS, começam a mudar.

No próximo DROP: Quando um comportamento torna-se um hábito?

Também disponível na página Praxi, no Facebook.



DROP #3/10 - DIMENSÕES HUMANAS DA SUSTENTABILIDADE (parte II)

DROP #3 - Vamos dividir as Dimensões Humanas em dois grupos. Em um grupo vamos reunir as que dizem respeito ao "EU", a dimensão física e a dimensão mental/espiritual; num outro grupo vamos reunir a dimensão social e a dimensão ambiental, que envolvem o "OUTRO".

A percepção de nós mesmos, às vezes é deturpada por nossos mecanismos de defesa, que envolvem negação, arrogância, "desculpas verdadeiras" e tantos outros. Isso é avaliação mental/espiritual. Cabem aqui perguntas como: sou uma pessoa concentrada ou focada?; tenho confiança, fé, força de vontade?; do ponto de vista físico, podemos avaliar como está nossa saúde, nossa aparência e ver o que temos feito para garantir nossa integridade: como é minha alimentação?; qual foi a última vez que fui ao médico fazer um check up?

Ao falarmos das dimensões social e ambiental, nos deparamos com o outro na sua expressão máxima, pois o outro se manifesta em tudo que está além da fronteira da nossa pele. O outro pode ser uma pessoa, um animal, um móvel, uma planta, uma praça. Como você tem se relacionado com cada um desses entes que, a todo tempo, se apresentam para uma interação?

No próximo DROP: As dimensões humanas são interativas. Seja internamente, em cada pessoa, seja externamente, nos grupamentos dos quais participo, ...

Também disponível na página Praxi, no Facebook.

DROP #2/10 - DIMENSÕES HUMANAS DA SUSTENTABILIDADE (parte I)

DROP #2 - Muito se ouve dizer que chegar a um determinado lugar é menos difícil do que se manter lá ou avançar e permanecer avançando. Por isso é tão importante a compreensão da SUSTENTABILIDADE: a habilidade de se suster ou manter-se estável - considere isso num período de tempo que pode durar alguns minutos, talvez dias, meses ou até mesmo anos ou toda a vida, a partir de agora... 


As pessoas, no entanto, costumam pensar que o termo sustentabilidade só se aplica ao cuidado com o meio ambiente, numa relação quase romântica de proteção aos "bichinhos", às "plantinhas", e por aí vai. Vamos falar de sustentabilidade colocando o ser humano no foco da questão. Mesmo porque as plantas e os bichos, a natureza de um modo geral tem cumprido seu papel desde sempre. 



Mas voltemos o olhar para o ser humano, o ator dentro desse gigantesco cenário. Vamos considerar as dimensões que o compõem: DIMENSÃO FÍSICA, DIMENSÃO MENTAL/ESPIRITUAL, DIMENSÃO SOCIAL e DIMENSÃO AMBIENTAL. Observando-se sob esses aspectos, o homem passa a compreender melhor a si mesmo e ao que está no entorno.



Também disponível na página Praxi, no Facebook

DROP #1/10 - SUCESSO E PROSPERIDADE


DROP #1 - Pra começar, vamos falar de SUCESSO e PROSPERIDADE. 


O que você considera ser o sucesso? Muitos o confundem com fama ou com popularidade. E muitos pensam que o significado de prosperidade só tem a ver com dinheiro... Mas, vamos ressignificar esses conceitos! Eles têm muito mais relação com trajetória. 



Na física, dizemos que espaço é a distância percorrida por um corpo entre uma determinada posição inicial e uma posição final; e que trajetória é o "desenho" feito pelo corpo durante esse deslocamento. Logo, trazendo essa ideia para o nosso contexto, podemos concluir que quando saímos de um ponto da nossa vida e chegamos a outro ponto desejado, atingimos sucesso, em alguma medida. O modo como seguimos esse caminho, a forma como nos abrimos para as possibilidades, determinam se temos sido prósperos... 



Onde você está, nesse momento da sua vida? Onde você quer chegar? Qual é o sigificado de sucesso para você? E em quais áreas da sua vida você quer prosperar? 



Sim, pense na prosperidade em todas as áreas da sua vida: nas suas relações, nas finanças, na saúde... Receba do universo as dádivas que ele tem para oferecer. Elas estão por aí esperando que você se permita recebê-las.




Também disponível na página Praxi, no Facebook.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Sobre Sustentabilidade Humana

Em nosso tempo, é cada vez mais comum se ouvir falar em sustentabilidade. Quase sempre vinculada à proteção da natureza e modos de vida ecologicamente corretos. Tal perspectiva, no entanto, põe o homem como figura que passa tangenciando os limites da responsabilidade socioambiental. Falando em Sustentabilidade Humana, proponho um olhar que enxerga o homem como protagonista nessa grande rede. 

Entendendo por sustentável aquele que é ou se mantém estável por um determinado tempo e, ainda, tendo como foco o ser humano, com todas as suas humanidades, as quais reúno em Dimensões Humanas, tratarei o tema raiz desse blog, e das postagens subsequentes, de modo a servir de base para a condução de processos de desenvolvimento humano e, obviamente, a manutenção dos resultados obtidos.

Juntamente com parceiros que serão apresentados em momento oportuno, discutiremos questões referentes a diversas áreas da vida: família e sociedade; meio ambiente e saúde; finanças, espiritualidade e muito mais.

Mas vamos tratar desses assuntos tendo como pilares a Atenção, a Concentração e a Disciplina. E veremos como o desenvolvimento dessas habilidades ou capacidades nos podem ajudar a trilhar um caminho seguro rumo ao crescimento pessoal. 



sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Pra começar


Prá Começar (Marina Lima)

Pra começar
Quem vai colar
Os tais caquinhos
Do velho mundo

Pátrias, Famílias, Religiões
E preconceitos
Quebrou não tem mais jeito

Agora descubra de verdade
O que você ama...
Que tudo pode ser seu

Se tudo caiu
Que tudo caia
Pois tudo raia
E o mundo pode ser seu

Pra terminar.
Quem vai colar
Os tais caquinhos
Do velho mundo...


Essa letra da cantora Marina Lima é emblemática e tem muito a ver com o que pretendo neste espaço: discutir temas relacionados a aprendizagem e desenvolvimento de nossas capacidades e habilidades, apresentar sugestões e dicas, além de estudar casos específicos e tentar tirar dali algum ensinamento.

É preciso, no entanto, que o leitor se permita entrar em contato com pontos de vista diversos. Assim, acredito, é possível, ainda que na discordância, trilhar por caminhos que conduzam à sabedoria (quem a detém?) ou, pelo menos, à compreensão do outro e de nós mesmos.